quarta-feira, 26 de outubro de 2011

PESQUISA DA PASTORAL DA MULHER MARGINALIZADA EM PEDRA BRANCA DO AMAPARI


Por Rita Lopes

Pedra Branca do Amapari é uma cidade do Amapá, pacata, que acolhe a todos, independentemente de onde venham. Tem cerca de 10.000 habitantes. Com a vinda da Empresa MPBA, mineradora, que se implantou aí em 2004 teve uma certa quantidade de empregos gerados, e novos impostos, mas o pior foram os impactos negativos como a prostituição, que hoje é um problema muito sério na região. Estão sendo sexualmente explorados vários adolescentes, de ambos os sexos. Isto tem se convertido em uma grande preocupação da comunidade.
O levantamento de dados que fizemos no início do ano de 2011 constatou essa realidade: do início da prostituição ainda na adolescência e no início da juventude e a falta de projetos sociais e políticas para esse enfrentamento. As mulheres e adolescentes recebem de bom grado o interesse que demonstramos por elas e aceitariam um trabalho de presença junto a elas. Junto com a prostituição tem o convite para a droga, para a bebida, para o tráfico internacional e cada dia mais a inviabilidade da concretização dos sonhos dessas jovens.
O levantamento foi feito em casas noturnas (bares e boates), onde a grande maioria também mora, sob o comando das/dos donas/os desses estabelecimentos.
Estão sendo dados os primeiros passos nesse sentido, e mesmo após o primeiro mapeamento continuamos nossas visitas às boates sendo presença e fazendo aconselhamento e encaminhamentos às mulheres.
No encontro regional dos dias 22 a 24 de julho, em Palmas, fizemos a apresentação dos dados levantados que foram os seguintes:

1)      IDADE
As adolescentes e mulheres tem idades entre:
15 e 17 anos – duas
18 e 21 anos – cinco
22 e 25 anos – quatro
16 e 29 anos – tres
30 anos – uma


2)      IDADE DE INÍCIO NA PROSTITUIÇÃO

13  a 16 anos – sete mulheres
17 e 18 anos – cinco
19 a 21 anos – tres

3)      Escolaridade

1ª a 3ª série do ensino fundamental – duas
4ª a 5ª série – duas
Ensino médio Incompleto – duas
Ensino médio completo – nove

4)      Aborto
Não – sete mulheres
Não quis falar – Oito mulheres

5)      Convite ao tráfico internacional/ se aceitou ou não
Sim, recebeu o convite, mas não aceitou – cinco
Sim, recebeu o convite, aceitou, se decepcionou e voltou – três
Não recebeu nenhum convite – sete

6)      Convite ao uso de drogas
Todas receberam convite, a maioria não aceitou.
Somente uma afirma ter aceitado e está dependente química

7)      Sofreu violência e/ou forte discriminação

Sim  - 14
Violência com racismo – 1
Violência com estupro resultando em gravidez aos 13 anos – 1
Não – 1

8)      Valor do programa

Entre 50 e 100 reais – 2
Entre 120 e 150 reais – 12
Até 180 reais – 1

9)      Proveniência das mulheres

Goiás – 1
Maranhão – 6
Pará – 3
Amapá – 4
Piauí – 1        

10)   Perfil dos Clientes
Homens de todos os lugares e idades, inclusive estrangeiros.
Eles vem, principalmente do Pará e são, em sua maioria, trabalhadores das empresas e mineiros da mineradora.

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